terça-feira, 8 de junho de 2010

Concertos-Deolinda: Casa da Música (07/05/2010)

Os Deolinda são o meu segundo grupo favorito em terras lusófonas (Dazkarieh é o primeiro), apesar de conhecer o trabalho deles há muito pouco. Fascinei-me pelas letras das músicas e isso levou-me a gastar os 20 euros do concerto que esgotou a Sala Suggia da Casa da Música. O concerto encaixava-se na tourné do grupo com objectivo de promover o seu segundo álbum: Dois Selos e Um Carimbo. Ás 22:00 duas guitarras, um contra-baixo e uma maravilhosa e poderosa voz foram colocados em cima do palco e iriam abrir com temas deste seu segundo registo, do qual não sou grande fã. Ao final de poucos minutos de espéctaculo, Ana Bacalhau (vocalista) decidiu ofertar ao público portuense um cheirinho do seu primeiro álbum, Canção ao Lado (o meu favorito) com Contado Ninguém Acredita passando de seguida para o seu novo single, Um Contra o Outro. Depois de variadas salvas de palmas, o calor sobe com a continuação da apresentação do novo trabalho passando por temas que mereceram representação teatral por parte do grupo como Patinho de Borracha. Com um público mais virado para os hits, os Deolinda tocaram repentinamente o seu primeiro single de sempre: Fado Toninho. Logo após uma pausa extenuante de grande felicidade e de aplausos convictos, Ana Bacalhau sobe ao pódio onde estavam os restantes músicos e coloca-se entre Luís José Martins e Pedro da Silva Martins (guitarristas) e rende o público a três músicas que, segundo a própria, "são o mais próximo que os Deolinda têm do Fado originário". Depois deste momento tenso, entram em palco quatro convidados do grupo: três violinistas e um violoncelista. Com eles, os Deolinda tocaram dois temas, entre eles o clássico Mal por Mal. Depois dos convidados se terem despedido do público da Invicta, os quatro músicos da música de intervenção com Fado continuam a apresentação do novo álbum com grande alegria e momentos cómicos como, por exemplo, quando uma cadeira vem ter do nada com Ana Bacalhau e esta se senta nela para cantar. Quero ainda destacar um dos momentos altos da noite quando um dos temas do novo registo, A Problemática Colocação de Um Mastro, foi tocado em que houve momentos em que a guitarra de Pedro da Silva Martins parecia extraordinariamente uma guitarra flamenca e José Pedro Leitão (contra-baixista) tocava de uma forma um tanto ou quanto sinistra. Ainda foi tocado Fon-Fon-Fon, talvez o tema mais famoso do quarteto. Os Deolinda despediram-se do público e volaram seguido de um encore em que tocaram o meu tema favorito deste grupo: Movimento Perpétuo Associativo. O concerto parecia que ia terminar quando todo o público cantava em coro o refrão: "Vão sem mim, que eu vou lá ter" quando, após segundo encore, os Deolinda surpreenderam tocando agora outro single: Clandestino. Desta vez é que era: o grupo de Ana Bacalhau iria mesmo embora e eu próprio estava a sair da Sala Suggia quando ouvi os primeiros acordes de Um Contra o Outro e Mal por Mal, que eram repetidos em cima do palco. No final ainda havia gente que não estava satisfeita e após imploração de Eu Tenho Um Melro, Ana Bacalhau fez o favor de cantar o refrão desse mesmo tema totalmente á capella. Terminaria assim o que foi o melhor concerto da minha tenra vida (ainda melhor que Gotan Project), com 26 temas ao total tocados em palco e uma hora e quarenta e cinco minutos. Só deixo uma pergunta: Ana, como aguentas tanto tempo a cantar? Lamentavelmente, não me foi permitido filmar ou fotografar este concerto pelo que não tenho fotos do mesmo no meu hi5 nem vídeos no Youtube.

AVALIAÇÃO: 19 em 20

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